terça-feira, 22 de junho de 2010

Às minhas mulheres

Amo-vos tão só porque sois mulheres
Minhas mulheres, partes de mim, dividido por vós,
tanto quanto se retalha um sentimento
Pouco me resta das emoções que alimentam a alma,
porque me ofereço sem temor ao sofrimento!
Não deveria dar o que me completa,
ficar vazio, às vezes, porque sou vários de um só
Mas a razão esconde-se de baixo do coração…
Talvez o amor por vós, seja o meu fado a minha sina,
e seja ele que mantém viva a chama!
Peço-vos, não desistais de mim
Basta-me um carinho, um sorriso, não peço muito…
Amei e continuo a amar-vos para além da mágoa
É assim que sou
É assim que mereceis que seja

2010

domingo, 20 de junho de 2010

Tesouros

O regresso é tão só uma outra viagem
que mexe comigo como se fosse uma nova vida!
Já voei para alem deste mar, parei no tempo,
renasci e voltei a amar o que sempre amei!
As lágrimas choradas na despedida
estão novamente juntas para vos oferecer
Estou ávido de calor e de calor me vestir
Despir a capa da razão,
aninhar-me no colo desta arrebatadora paixão
Já imaginei a cor que trazem vestida
Já toquei os rostos lembrando os contornos
Já repeti mil vezes o que nunca vos direi
Sonho a medo etapas futuras …
Por vós, basta-me chegar antes de ter que partir!

2010

Este lugar

Terra de areia vermelha e de verde esbatido
Sangue das chagas que se fundem e confundem com desgraça
A dor permanece nos sorrisos de “doce” ameaça
Deixa-se o gume entrar, cospe-se o fel antes de ajoelhar
Largas avenidas, tão estreitos laços
Nas esquinas alguém espreita,
alguém se esconde de um olhar
Morre-se sem dignidade, incarna-se em ódio e vingança
Quem se perdeu, jamais encontrará um farol
Adivinha-se a agonia do golpe, antes de o machado cair
Terra de areia vermelha que se estende pela imensidão
Casa de tantos assombros e de tantas preces
Quem vem de longe, intruso neste cerco à vida
fica tão só, tão à margem, tão ávido de partir

2010