Olhei este mar e voltei-lhe costas…
Não, este não é o meu mar.
O mar que amo está longe de banalidades como imensidão
ou do azul moreno da torreira do sol
Está longe de espraiar maresia sem odor
e de rufar a medo a melodia dos poderosos
O mar que amo esculpe as rochas com cutelo
agiganta-se á escarpa e descansa no manto salobro dos rios
Bebe nas fontes que lhe entram peito dentro
e regala-se com a paisagem que o observa imponente
Agita-se sempre que o vento que lhe afaga o rosto
e faz temer o Homem que lhe faz frente
Mancha-se de negro e branco em dias de tempestade
veste um manto azul vivo na calmaria
O mar que amo está para além deste horizonte
muito a norte deste sentimento!
Já volto mar, espera-me junto de quem me ama!
2010