domingo, 18 de outubro de 2009

O mar é fruto da nossa imaginação

O mar é fruto da nossa imaginação!
O mar que é sustento, diversão, respeito e apelo ao Deus maior da serenidade, mesmo quando bravio e ladrão, não é mar!
Imagino-o como se fosse uma extensão da minha cana, vergada à maré, presa ao olhar matreiro do companheiro que trilha a areia na impaciência de que o “mar” o surpreenda…
Apetece-me gritar-lhe…Companheiro, o que está perante ti é um pedaço de ti próprio, agarra-o como se dependesse disso o teu amanhã; ele não te surpreenderá se tu próprio não fores capaz de te surpreender…
Descobri o paraíso! Descobri que para lá chegar, posso trepar pela cana, elevar-me no cume da onda, e tocar tudo o que quero…sem medo da vida, sem pavor da morte.
Descobri que o “mar” é tudo o que quero ser, quando estou longe dele!
Por isso o mar não é mar...
É um pedaço de existência que levamos para casa e que devolvemos em tudo o que fazemos

2007
As chamas que julgava sepultadas
renascem nos meus olhos tímidos
O corpo despede-se de mim e reentra nesta euforia descontrolada
neste desejo sofrido de te tocar
de manipular os sentimentos até que o coração te doa
e o teu sorriso deixe escapar a vontade comum
de um abraço do tamanho do mundo!


=1995=

Sandra

Um nome como qualquer outro
Poderia ser Maria, Joana, ou até mesmo Joaquina
A sua existência é a força do meu ser
O seu ser é a prova de que somos perfeitos...
apenas alguns momentos!

=1990=

Tu

E uma vez mais os teus passos se perderam
O teu corpo fica-me no desejo
enjaulado no pensamento de que um dia serás tudo
Corpo, alma, perfume, sedução!
E eu tocar-te-ei sem que possas escapar entre o olhar gelado,
das regras que te fazem ignorar-me
Por fim, mais passos se perderão na fuga ao mundo
e na imensidão de um abraço que nos tornará o coração da terra
transbordando de medo de que seja tudo...o que me resta do desejo

=1992=
Uma lágrima que brota
Um rosto sem cor
Uma tempestade de vazio num corpo gelado de sabor a nada...
na imensidão do Mundo
E uma boca calada
E novamente o nada...que é tudo

=1991=
Não há nada no mundo que me faça sentir mais útil
do que a inutilidade de te pegar na mão e te conduzir
pelo lado certo da vida...quem sabe?
O orgulho que me envolve e me atrofia
de existires como te imaginei
é também o medo de que um dia
eu seja para ti apenas...pai

=1991=
Vivam os Homens que lutam sozinhos por palavras adormecidas
Vivam os Homens que com palavras adormecidas enfrentam multidões
Vivam as multidões de Homens sozinhos que travam lutas de palavras,
num País em que o passado é o presente e o futuro
Viva ainda o País que embora adormecido,
não perdeu os Homens sozinhos que na multidão,
despertam a voz da multidão,
num cântico sonoro que continua a dizer, não...

=1989=
Estás velho!
Os meus filhos assim dizem ao olharem matreiros para o meu mundo sem futuro.
Que inveja dessa forma singela de anunciar a morte...!

=2001=