Abertas, aterradoras, imundas de genocídio
Amaldiçoamos os obreiros de tais feitos
que limpam o sangue das mãos em tratados de dejectos
Porém, ficamos imóveis à espera de novos tempos,
ou rezamos a Deuses imaginários
Esquecemos os corpos caídos, mutilados
As Crianças que vagueiam nos destroços
As valas comuns de corpos
As bandeiras de causas repugnantes, sem sentido
Esquecemo-nos de condenar tais assombros
Esquecemo-nos que seremos os próximos
se fecharmos a janela só para abafar os gritos
Sejamos corajosos, interventivos
Sejamos unos, revoltemo-nos
Os que ainda sobrevivem, e se erguem das cinzas em pranto,
merecem muito mais que lamentos.
Dezembro 2016