sábado, 1 de agosto de 2020

Sinais

O meu reino por um punhado de maresia que me lave a alma,
ou por sombras de calmaria que me encham o coração,
ou simplesmente, um olhar de esperança num rosto qualquer que olhe na mesma direcção
Talvez eu não entenda os sinais.
Leva-me, acorda-me desta deriva, traz de volta o que quero ser
sem que tragas apenas momentos efémeros, que me sabem a enganos.
Somos o que já vivemos, damos a medo os pedaços que já demos,
na tentativa frustrada de que dando, recebemos para sempre o dobro, em remendos. 
Outros há que descaminham a estrada dos afectos,
atalham pelos carreiros, vivem na luxuria de ser mais que um, no mesmo corpo.
Um dia, qualquer dia, não restará horizonte para enxergar.
Um dia, não seremos todos cegos.

  

Agosto 2020