Enrosquei-me na cadeira, cruzei as pernas
Cigarro a acompanhar o sabor a pepino e hortelã,
qual bebida de Deuses que se bebe e quase se come…
Olhei em redor por entre luzes coloridas e ofuscantes
e escuridão de contrastes
Tanta gente marcada pelas sombras, pelas cicatrizes do infortúnio
Pelo que não têm, pela saudade, pelo que perseguem
Há de tudo….corpos cobertos de brilho e bugigangas
disfarçam mal como crianças,
agitam-se possuídas,
em movimentos quentes e ondulados
Alguns, boquiabertos, não pertencem a este mundo
A música quase ensurdecedora, fruto dos tempos,
deixa escapar lamentos, aos berros
Acolá, qual miragem, há gente profunda…
Pensei, o que faço aqui?
Num turbilhão de emoções acendi outro cigarro,
ajeitei-me, e esqueci quase tudo…
Abril 2016
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