segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Memória futura


Pensem em mim como saudade mas sem sofrimento
Pensem com um sorriso, com emoção, mas sem lacrimar
Se houve momentos em que fomos unos, pensem no amor
Pensem em como poderia ter sido diferente e porventura melhor
mas não desdenhem os pedaços que não se vêm com o olhar
Lembrem aquele dia, aquela hora, o que estava em redor
mas não finjam que tudo o que vivemos foi indolor
Pensem com indiferença, com ódio, como mais vos prouver
mas não me façam traste de um rebanho a que não quis pertencer
Não quero flores, por mais belas que sejam
Não quero negro nem palavras de circunstância
Não quero gente a falar do tempo, ou de uma vida qualquer
Quero, por favor, ser lançado ao mar
Quando estas palavras fizerem sentido
não esqueçam também esta forma louca de amar 

 Novembro 2014

2 comentários:

cpontoal disse...

Poesia como um discurso fúnebre...NÃO!
Eu sei que as palavras não têm que ser todas lindas, mas a vida é muito mais bonita do que quaisquer palavras de circunstância.
Sorria, não estamos sós e há quem nos ame muito, (mesmo longe) e a quem fazemos falta.
Viva, companheiro!

Júlio Miguel disse...

Pensando bem, até pode parecer que ao "lado" destas palavras, estava já um laço preparado. Não é o caso, companheiro! Claro que vivo! Caio algumas vezes, outras tantas me levanto!

Cumprimentos