segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Memória futura


Pensem em mim como saudade mas sem sofrimento
Pensem com um sorriso, com emoção, mas sem lacrimar
Se houve momentos em que fomos unos, pensem no amor
Pensem em como poderia ter sido diferente e porventura melhor
mas não desdenhem os pedaços que não se vêm com o olhar
Lembrem aquele dia, aquela hora, o que estava em redor
mas não finjam que tudo o que vivemos foi indolor
Pensem com indiferença, com ódio, como mais vos prouver
mas não me façam traste de um rebanho a que não quis pertencer
Não quero flores, por mais belas que sejam
Não quero negro nem palavras de circunstância
Não quero gente a falar do tempo, ou de uma vida qualquer
Quero, por favor, ser lançado ao mar
Quando estas palavras fizerem sentido
não esqueçam também esta forma louca de amar 

 Novembro 2014

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Amigos


A inquietação permanente que se desvanece ao escrever
Palavras moldadas, mas carinhosamente sentidas
O desejo de que não sejam apenas palavras num monólogo qualquer
Palavras que podeis ler, amar odiar, ignorar ou reescrever
Peço em troca saber dos vossos medos, dos vossos fantasmas, dos amores proibidos
Quero sentir por vós, viver por vós, partilhar os sentidos
Quero ser a mão que vos afaga o rosto, vos enxuga as lágrimas
Quero ser parte do vosso sol, dos vossos anseios
Deixai que me arrepie convosco, que me alegre por vos, que vos oiça os segredos
Deixai que seja para sempre vosso Amigo!
 

Abril 2014