quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Cinzentos

Os cinzentos são marcos para nos lembrar
as barreiras que construímos sem nos olhos olhar
os Homens iguais a quem abandona-mos
os Homens a quem chamamos irmãos e desdenhamos
os Homens a quem ignoramos os prantos
os Homens a quem não reconhecemos os encantos
Os cinzentos são a expressão dos rostos sofridos
que nos entram pela casa dentro e sussurram aos ouvidos
que este mundo está cheio de vazios de alma carentes de afectos
São os horrores deste mundo fustigado pelo desprezo profundo
dos valores…
Um gesto bastava mas as mãos permanecem inertes
como que tolhidas pelas amarras do ódio e do medo

2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Dentro de mim…

A vida é uma inutilidade
Passeio-me por ela com quem passa e não vê
que uns passos a mais ou menos, não fazem um caminho…
Amarro-me à esperança de que amanhã seja diferente…
e todos os dias diferentes são iguais no destino
Construí muros,
criei raízes nesta forma atroz de passar pelos sonhos
como passo pela rua sem distinguir as pedras,
sem perceber que de pedras basta…e de rumo estou faminto.
Vislumbro o horizonte e deixo para trás bocados de mim
arrancados como quem rasga a ferros um carreiro
e atirados á terra como quem desdenha um infortúnio
Estou ávido por saber o que me espera no fim,
pôr fim a anos de arrogância para com o meu ego
despir-me de mim e adormecer em sossego.
Se ficar, levem-me para longe deste viver...

2010